domingo, 9 de dezembro de 2007

As Sombras do Meu Desejo...




As sombras do meu desejo perseguem-me através da noite...

Revejo-me a fugir pelas ruas desertas de uma cidade desconhecida, numa noite fria e húmida, sinto o meu bafo quente a condensar-se, a minha respiração acelerada e a minha angústia crescente aperta-me o peito.

O negrume da noite... sinto-o em todo o lado... sinto-o como quando me lançaste o teu primeiro olhar, atravessaste-me ao meio. Deixaste-me desamparada, tiraste-me o norte, o sul... Consumiste a minha alma e levaste-a para a tua escuridão. Perdi-a e quero reencontrá-la...quero sentir-me inteira outra vez.

Quero de novo a minha luz. Desejo...

Hm... o ritmo do meu coração martela-me dentro da cabeça... estou quase a rebentar.

Tudo o que quero fazer é fugir... e deixar de ficar à espera que apareças no meio da cidade para me levares contigo. Persegues-me na noite, nos meus sonhos... persegues-me até ao beira do mundo, persegues-me até à beira de um mar de emoções que há muito já tinha esquecido...

Corro... e continuo a correr é tudo o que sei fazer. Não quero enlear-me nas tuas teias, não quero ser consumida pelas tuas chamas...
Como é doloroso acordar morta...
Como é doloroso acordar morta nesta cidade deserta...
Como é doloroso acordar morta nesta cidade deserta, sem a minha alma, minha Luz...
Como é doloroso continuar neste negrume...nestas sombras do meu Desejo...

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

quarta-feira, 4 de julho de 2007


Às vezes penso que estou dentro de uma bolha. Sinto e vejo as coisas por detrás de uma redoma de vidro… as imagens apresentam-se desfocadas, os sons distorcidos. As emoções aprisionadas e os sentidos sufocados.

O meu papel é de observadora da espécie humana. E tentar atingir o nível de abstracção da sua própria realidade. Até que ponto é que o ser humano pode fugir de si mesmo até ser apanhado pelas teias da verdade…

Percorro este mundo infindo à busca de compreensão. Revejo os mesmos comportamentos vezes sem conta. A negação, a ilusão, a mentira, o medo, o isolamento a travar a evolução da alma, e o retardamento da felicidade na vida de cada um.

O futuro está e nós e na maneira como lidamos com a nossa sensação de mau estar.

Revejo-me a caminhar por ruas e reparar na face de pessoas…sempre com semblante fechado, com o coração fechado ao simples acto de amar, de confiar no Outro…neles mesmos. Repudiam a intimidade o acto de se entregarem …

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Astor Piazzolla - Milonga del Angel en Holanda

Milonga Del Angel

Rasgos de Imaginação - Parte III: Oblivion




"Encaminho-me para o meu atelier.
Lá tenho um espelho enorme, e no meio da escuridão sento-me e observo-me para lá dos contornos do meu corpo. Vou acendendo velas em locais estratégicos, e ponho um tango de Piazzolla, de maneira a criar um ambiente acolhedor. Preparo a parede branca à frente do espelho, com um sofá preto como fundo, despojo-me da minha roupa e encaro a minha máquina como confidente.

Tiro fotos ao meu corpo em várias posições até esgotar as minhas máscaras… até a minha essência prevalecer, à minha dor, vergonha, raiva e consumir-me de emoções. Chorar agachada no canto do meu sofá preto e perceber o contraste da minha cor com o resto do mundo.

Vivo numa busca incessante da dor humana.

Sou obcecada pela dor, pela minha dor e pela dor dos outros. Gosto de a explorar até à exaustão e conseguir perceber até onde a perversão pode ir. Explorar os seus vários níveis, começando pela minha vida, pela maneira e razões que nos fazemos sofrer desmedidamente no nosso quotidiano.

E tentar compreender o grau de enclausuramento em que nos encontramos, no modo de vida moderno, tão cheio de vícios e de prazeres efémeros.

Reúno o que resta de mim e volto para a rua. Começo a fotografar o fervilhar de vida que aparece no Bairro Alto às altas horas da noite de sábado. O contraste entre grupos de amigos com mendigos a dormir no meio da rua, a prostituição num bairro pequeno de Lisboa.

A disposição destas dimensões e realidades diferentes e a sua simbiose fascina-me. Duas realidades a coexistirem e a ignorarem-se completamente numa dança desigual.

Deambulo por essas vias e escolhendo o meu caminho passo a passo, deixo o negrume tomar conta de mim e perco-me nos meus pensamentos até encontrar a passagem para a minha alma.

Vejo todo o género de figuras a suceder perante mim, parecem ser seres de outro mundo, deformados, estranhos, misteriosos… como entidades de outro mundo que escapam do sub mundo para a liberdade da noite para aí se imiscuírem com as restantes criaturas da nossa dimensão.

Revejo-me nelas… organismos com vida própria e culturas distintas e inteligíveis difíceis de compreender.

As trevas despedem-se da cegueira da noite…e o crepúsculo dá lugar ao dia. Esses seres ausentam-se temporariamente e os exemplares da nossa estirpe tomam conta da poesia do negrume e incendeiam-na com a luz do sol e os seus carpidos monumentais dos seus carros e indiferença à sensibilidade e harmonia destes povos subterrâneos que habitam por entre a inquietação e a incerteza da Vida…

Dou por mim na presença do Tejo, sereno e confiante na sua missão de escoar a sujidade do burgo para o largo do Oceano. Também quero desaparecer assim, no meio do nada e tornar-me parte dele, mas ainda não é o meu tempo… e a minha espera adivinha-se longa.

Volto para o entorpecimento da minha cama e aí coloco nas mãos de Orpheu a minha alma para ele a abrigar e protege-la dos meus sonhos já tão familiares… e aí espero pelo meu repouso tão prometido e desejado."

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Rasgos de Imaginação - Parte II : Maria


"É Inverno.

Lisboa está gélida, e no meio bairro, na rua da Madalena sente-se um cheiro intenso a maresia. Acabou de chover e aconchego o meu sobretudo preto ao meu corpo. A rua está vazia e o som das minhas botas ecoa pelo espaço.

Sinto-me como se a minha alma tivesse um buraco enorme.

Ando perdida pela cidade, à procura de não sei bem o quê… tenho a minha máquina sempre à mão…nunca se sabe o que a vida nos pode trazer. Como o rosto de uma velha…uma mão de um mendigo, o fato de homem de negócios, um gato num beco.

Preciso de algo que me faça despertar desta minha espiral negra, um lampejo de luz ou num olhar de uma criança. Qualquer coisa serve para sair da ressaca da noite anterior e me faça ver a realidade de maneira diferente.

Parto em busca de mim própria.

Estou no modo automático, como o meu pequeno-almoço de sempre, uma torrada e um galão, que me traz um conforto estranho, como se de uma memória antiga onde eu ainda era inocente. Decido dirigir-me à casa da Maria, ela é um dos meus últimos projectos. É uma prostituta, e uma mulher como não há muitas. A sua honestidade agressiva, a sua sexualidade seca e personalidade forte fascinam-me.

Recebe-me em sua casa mesmo estando cansada de uma noite trabalho árduo sob condições inumanas. Oferece-me um café. Despe-se e finalmente começamos a trabalhar no meio de conversas banais.

Maria tem 45 anos, tem ainda traços de uma beleza em tempos estonteante, a sua pele é seca, as mamas descaídas, tem uma postura orgulhosa embora viva numa casa de uma assoalhada velha, no meio da Mouraria e a cair de podre.

Fotografo-a enquanto ela se despe, enquanto está a tomar banho e a retirar dela os vestígios de todos os homens que passaram por ela… por todo o seu corpo tem marcas de anos de violência, cicatrizes, nódoas negras recentes e marcas do seu vicio de drogas.

Faço um exame clínico do seu corpo com a câmara, a sua postura, o seu olhar, o seu ambiente da sua beleza crua e honesta. E do seu sentido de humor sarcástico e negro, fica na memória a nossa cumplicidade ganha de uma amizade estranha. Já trabalhamos juntas a algum tempo, não sei dizer quanto. O tempo é relativo e sem importância. O que fazemos dele é o que importa. E com ela tenho-o aproveitado ao máximo.

Falamos muito acerca da vida, das escolhas que fazemos, dos erros que cometemos e dos nossos sonhos falhados…

Saio de ao pé dela já tarde quase de noite. O meu dia ainda não acabou e não quero ir já para casa.

Lisboa hoje emana uma aura especial, parece que tudo pode acontecer. As luzes de Natal estão a ser acesas e já começo a notar um ratinho no estômago, paro numa tasca para comer qualquer coisa. Revejo mentalmente a sessão com Maria e visualizo as melhores fotos. O corpo branco e nu, de encontro à parede da sua casa de banho, o seu cabelo molhado e comprido espalhado pelos ombros e o reflexo do seu rosto no espelho, com uma expressão de abandono, como se o seu corpo fosse apenas uma carcaça e a sua alma já tivesse partido à muito.

Aquela imagem persegue-me enquanto caminho. É uma imagem forte de uma velha amiga a abandonar esta vida. Um acto de perversão à natureza humana e da Vida junto com os seus sonhos destroçados. Ela vive enclausurada no mundo que ela escolheu para si, um misto de ilusões, vicio e a sua dura realidade. Maria já não quer mudar, cansou-se de lutar por uma vida supostamente normal, onde nada é o que parece e ninguém é o que clama ser. Prefere o acto da solidão e verdade para consigo própria e viver de acordo com as suas acções e consequências.

Admiro-a."

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Rasgos de Imaginação - Parte I: Reflexo




"Mais uma noite sem dormir…

Tive insónias. Não é novidade… à já uns anos que não sei o que é dormir em paz. Quando finalmente adormeço, sou invadida por sonhos vívidos o que reduz em muito a minha capacidade de me regenerar durante a noite.

Saio da cama e encaminho-me para a casa de banho, no meio dos meus rituais, lavo a cara e mais uma vez me olho ao espelho…

Mas, desta vez algo mudou. Algo está diferente em mim… não me reconheço. Os meus olhos azuis estão baços, o meu cabelo outrora brilhante e vivo está como se fosse palha, crespa e seca. Tenho umas manchas negras por debaixo dos meus olhos e rugas onde eu não imaginava que existiam.

No meu quarto está o meu amante… mais um. Para mim é um estranho, já não o reconheço e muito menos me lembro o porquê do nosso envolvimento. Conheci-o numa festa na galeria de arte lx20, conversámos, quando dei por mim estava a acordar ao lado dele numa casa que não era a minha.

Quero-o fora daqui… tenho trabalhos para acabar e não estou com paciência de dar uma de boazinha.

Saio da casa de banho e vou buscar a minha máquina fotográfica. Fotografo aquela imagem de uma noite de sexo selvagem. Não sei, mas algo naquela cena é gutural, aquele corpo desconhecido deitado na minha cama, num sono profundo estranho a tudo o que se está a passar à sua volta.

Aquela imagem atrai-me. O ambiente de penumbra, a luz do meio da manhã a trespassar os estores, o ar pesado do quarto… um momento impessoal, gélido e sem emoção.

Fotografo-o até à exaustão, não consigo perceber porque é que ele não acorda… fotografo-lhe as pernas enroladas nos lençóis de algodão brancos, as costas nuas com o reflexo da luz vindo da janela. Quero dissecar aquele cenário, quero por tudo à vista, ele muda de posição tiro-lhe a foto do perfil dele em contra luz…o pénis dele está erecto. Encontro aquela imagem excitante…dispo-me, e começo a brincar com o seu sexo, vejo-o a estremecer no seu sono, agrada-me estar no controlo.

Deleito-me vê-lo a acordar no meio do prazer. Ponho-me em cima dele e brinco com o seu desejo, não quero que tome o controlo… entramos numa luta de poder onde o desejo é o que domina e tem de ser satisfeito a qualquer custo… no meio de gemidos de prazer e lutas desiguais, onde a recompensa é um orgasmo de esquecimento sempre bem-vindo.

Fico na cama a dormitar, ele senta-se e diz que já está atrasado, sinto-me aliviada por se ir embora. Não resisto e registo aquele momento de intimidade devastada, levanto-me por instantes e preparo a máquina, ele não dá conta do que faço, ainda está em ressaca da noite anterior.

Volto para a cama e oiço aquele som característico do obturador."

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Listening to the Earth...

Ouvir o espírito da terra e perceber o que ela tem para nos dizer... Por entre as linhas barulhentas que percorrem o mundo, temos de nos encher de um espírito aberto à mudança e à criatividade... e sossegadinhos, observar com o coração e ouvir atentamente com a nossa intuição...
Receber o carinho que ela tem para nos dar, através da beleza e da sua infinita sabedoria e assimilar que para o nosso Lar ficar Lindo e Arrumado, todos temos de fazer a nossa parte com muito carinho e Amor, pois estamos ligados a este Ser Vivo, a Gaia, e todos os seres vivos para viverem precisam de cuidados e de se sentirem especiais.
Vamos fazer este carinho à Gaia! Ela merece ser amada... tal como nós... pois sem a Gaia, também não vamos poder viver.
Namasté

domingo, 13 de maio de 2007

sexta-feira, 11 de maio de 2007






Todos estes anos em que estive perdida neste mundo de terra, água, ar e fogo e que agora já não é mais o mesmo...



Um mundo que não pára nunca como uma máquina de jazz...sempre num estado de mutação e de ritmos doces, acres...numa melodia longínqua até uma cacofonia ensurdecedora...



Emoções que vibram sempre connosco...vida após vida para nos fazer lembrar de onde vimos e porque estamos aqui.



Não nos podemos que esquecer que somos energia vibrante e que estamos sempre ligados a seres superiores e inferiores que pensamos nós nos tratam como joguetes, mas tal não e verdade. Pois, somos nós, como co-criadores do Universo criamos a nossa realidade de acordo com a vibração que projectamos no Cosmos.



O ritmo arranca e balança e muitas vezes nem sabemos o que fazemos... apenas nos balançamos ao som e ao ritmo da vida dos outros e quando queremos parar e perceber o nosso proprio ritmo é difícil parar e ver quem relamente somos... e ver a nossa cor!



É altura de sentir O NOSSO RITMO e aliarmo-nos ao tempo e entrelaçarmo-nos nele... pois a vida é bela e feita de uma cadência eterna, onde a constante é o Verbo.



A mudança está ao nosso alcance.



Os sonhos são o limite...



Atrevam-se a dançar ao som do vosso coração!



Namasté




quarta-feira, 9 de maio de 2007

A Ascensão da Alma




A Ascensão da Alma.

A Ascensão do Eu é feito pelo Amor.

Pelo Amor por não só por nós próprios mas, também pelos outros... Pelo um Amor Incondicional que transpõe todas a barreiras.

Este Amor é marcado pelo profundo respeito do ser humano como um ser holístico, um ser Espiritual em evolução eterna que busca Deus em Si e a sua plenitude de Amor e Carinho eterno.

A aprendizagem é feita através deste caminho que são as nossas amizades, os encontros fortuitos, a família que vamos contruindo para além da nossa família de sangue.

Para mim a família espiritual que vamos formando é muito especial pois é uma família que vamos construindo com consciência, com uma consciência livre de preconceitos, escolhida por nós! Essa é a grande beleza de Viver, a partir de certa altura somos co-criadores da nossa existência e já não existe mais nenhuma desculpa para não sermos felizes...


"O elo que une a tua verdadeira família não é de sangue, mas de respeito e de alegria pela vida uns dos outros.

Raramente os membros de uma familia crescem sob o mesmo tecto."

Richard Bach - "O Livro do Messias"


O que eu sinto é apenas uma profunda alegria de descobrir quem sou.. de que sou feita, fazer uma apanhado de quem fui, sou e serei. Os amigos são muitas vezes um espelho de nossa alma, pois se amizade for verdadeira, podemos realmente vermo-nos neles e crescer.

Não existe vergonha em falar aquilo que nos vai na alma! Temos d ser sinceros... e agir de acordo com o nosso coração e maneira de Ser.

Sinto que o primeiro passo de uma qualquer evolução, tem de ser a aceitação de nós próprios e viver de acordo com com os nossos desejos e sentimentos mais sinceros. Só assim a Vida se conjuga para uma verdadeira acepção de felicidade.

Viver a Vida de dentro para fora.

A verdadeira transmutação é quando a pessoa larga tudo aquilo que já não lhe faz falta, respeitante ao passado e em braça sem medo um novo modo de vida de acordo com os seus sonhos...

Pensem nisto...


Namasté

sábado, 7 de abril de 2007

Paródia de um Bom Amigo ehehehe O máximo!


"Um arroto invadiu a minha paz enquanto passeava pela rua, numa daquelas noites superbas de lua nova em que as estrelas parecem brilhar mais... Um arroto cujo o eco conspurcou qualquer estado de espiríto que pudesse transitar em beatitude... filho da puta! Em tanta coisa magnifíca pensava eu até tu romperes a minha união com o universo com essa tua javardice desmesurada... cabrão! Odeio-te como um inimigo de longa data. Deixei de ser o Eu que gosto de ser à pala daquele mongolóide, daquele borrego mal parido. Somos certamente pessoas diferentes, nunca poderei dizer que desejo ser um Uno com aquela fonte de mal-estar. Odeio-te de várias formas, num ódio carregado de fúria, batia-te de todas as maneiras possíveis, até derramares lágrimas. A tua sorte é que eu não sei quem és tu meu animal, mas posso-te garantir que mesmo assim te odeio. Se te reconhecer na rua seu javardo, ou à porta da tasca onde arrotaste, garanto-te que vou ficar à tua espera para te bater. Vais ver que vais ser só meu enquanto dura a sova que te quero dar.Odeio-te
Um recuerdo de uma Boa gargalhada! Tudo tem um oposto é preciso ter cuidado com o que desejamos! lol
Joca Gaijo! Córti bué! Está Hiper Mega Super Fish!

quinta-feira, 29 de março de 2007

Saudades de uma pessoa que ainda não chegou...


Numa noite de luar... onde a vida parece flutuar como se de uma sonho se tratasse... O som de um violino ecoa pelo mundo, num som melancólico perpetuando a saudade pelo que ficou e pelo que vem aí!
Uma vez soa como um como um murmúrio de uma vida vivida com emoção de uma onda que que beija a terra pela primeira vez. Com tal volência, paixão, intensidade e êxtase...para depois se desmoronar tonta e cansada e se fundir na rocha dura que a acolhe com indiferença dissimulada...mas que no fundo também se parte e se torna parte desta aventura de amantes loucos, perdidos e entrelaçados no destino da revelação do Cosmos. Uma espiral eterna onde o Amor começa, desabrocha e definha.
O som primodial penetra em nós e nós tornamo-nos no Som.
Já não somos nós.
Somos o sentimento e a emoção do Outro.
Comungamos em uno com o Universo.
Não nos queiramos esquecer daquilo que fomos, somos e que seremos um dia...
Somos pessoas diferentes numa só.
O nosso caminho é longo e feito de tudo o que não imaginamos... de retalhos de memórias vividas com Amor, Dor...Luz e Sombra...Gargalhadas sentidas e lágrimas derramadas.
Amo-te.
Amo-te com um amor carregado de paixão. Amo-te como um amigo. Amo-te como um irmão. Amo-te de todas as maneiras possiveis e imaginárias...
Enquanto te Amo... Espero reconhecer-te na rua... num bar... num olhar... num sonho perdido...numa recordação antiga de outras vidas que passámos juntos, como amigos, irmãos, amantes... Fazes parte da minha vida e eu da tua.
Enquanto te Amo e Vivo...vou ficar à tua espera.
Pois eu sou tua e tu és meu.
Amo-te...

sexta-feira, 16 de março de 2007

Olhar

Tudo na vida tem um propósito.
Quem somos, para onde vamos, com quem estamos e nos relacionamos. A verdade anda aí nos meandros da nossa vida.
Podemos ignorar os sinais que a Vida nos manda, podemos ignorar que fazemos parte do Cosmos, podemos não aceitar as suas dificuldades, podemos estar zangados com o mundo. Mas, uma coisa que não pode ser esquecida é a responsabilidade da nossa evolução como seres humanos.
O que nos faz seguir pela direcção certa? Porque nos metemos em problemas que muitas vezes parecem impossíveis de resolver?
Um olhar sincero no espelho basta para nos desnudar.
Nós sabemos quem somos, para onde vamos ou o porquê dos nossos relacionamentos.
Está tudo dentro de Nós, a Sabedoria que precisamos para sobreviver, Viver e Aprender.
O complicado está em aceder a essa informação, pois está intimamente ligada ao nível de aceitação do nosso Ser e à nossa ligação com o Universo.
Para evoluir temos de deixar cair as nossas máscaras, temos de provar a nós próprios do que somos capazes e a força da nossa existência. Ao falar de força, não estou a falar de destruir o outro para nosso beneficio, estou sim a pronunciar a superação de nós próprios e seguir os nossos sonhos e aspirações.
Nunca tenha medo de Olhar para si de uma maneira diferente!

quarta-feira, 14 de março de 2007

Momentos

Existem momentos mágicos em que perdemos a noção do eu...como ouvir uma boa música no meio da noite enquanto estamos num carro a ir para uma parte incerta, onde o tempo não tem lugar... apenas o sentimento que se prolonga em união com as notas e a nossa alma se eleva a lugar nunca antes explorado fundindo-se na escuridão e nas luzes brilhantes que se arrastam...
Os momentos de sabedoria que nos acompanham nestes instantes são como vislumbres da eternidade, o passado, o presente e o futuro tudo condensado num segundo.
São como passeios à chuva quando as gotas enchem e levam junto com a torrente todos os desgostos e purificam todo o nosso ser.
Fazem-nos ver o mundo com outros olhos, com outra sensibilidade que nos abre à energia do Amor e nos faz Amar a vida loucamente...
Namasté! ("O meu deus interior saúda o teu deus interior")

domingo, 11 de março de 2007

O que é que aconteceu ao simples sentimento de Inocência, Amor, Aceitação?
Sinto uma nuvem de esquecimento e um silêncio surdo... uma descaracterização da nossa essência como Seres Humanos... Porquê continuar nesta farsa, nesta procura de uma Utopia inantigível de sermos perfeitos, de ter de vencer para conseguir existir.
Tanta violência... e para quê?!
Quanta vontade de conquistar, se nós já pertencemos a este planeta desde que nascemos... Fazemos parte dele, somos terra, ar, água e fogo! Existe espaço e recursos para todos, porquê querermos tudo para nós? A ganância não tem lógica.
Vejo noticias de assassinatos sem causa aparente, de violência fortuita e vejo sinais de descontentamento profundo, um cultivo absurdo da ignorância e de almas que perderam o sentido da Vida!
Como podemos deixar as gerações futuras pensar que a beleza é apenas exterior? Que tudo o que vale na Vida é o dinheiro e a satisfação material e imediata? Como podemos deixar os nossos filhos serem criados pela televisão, enquanto têm um mundo lá fora para brincar e explorar...
Deviamos ensinar que somos feitos de uma beleza infinita, e temos um conhecimento e sabedoria esquecida dentro de nós! E que todos os Seres Vivos, incluindo nós próprios, merecem ser tratados com respeito e humildade tal como o nosso Planeta!
Deixemos a Luz invadir o nosso Ser e entrar nesta grande aventura que é a Vida!
Um Bem Haja!

sexta-feira, 2 de março de 2007

APETECE-ME

"Apetece-me abrir-te as pernas e lamber-te. Fazer isso durante muito tempo até ouvir a tua voz a perder-se e depois entrar por ti adentro mantendo o ritmo e a distância para te poder ver numa perspectiva de observador imparcial. Inquietar-te com perguntas violentas fazer-te repetir desejos e segredos, abusar de ti sem remorso nem perdão. Quero que venhas uma e depois outra vez mais lentamente. Que acabes por chorar baixinho e me peças tudo de novo outra vez.
Esquece-te de mim. Não sou eu. És tu que me vens livrar de mim. Eu por mim repetia já este intervalo elementar fora das garras do tempos.
Começo por aqui. Hei-de ir não sei para onde. Agora do mundo só me interessa esse quente, sombrio e húmido minúsculo pedaço do teu corpo e encher-te de prazer com a minha boca. Não há nada como como isto para me livrar de mim. Tu que dizes? Calemo-nos.
- O meu sexo é enorme. O teu pequenino. Belo contraste neste fim de tarde em que tudo sabe a mar profundo e a esquecimento.
- O meu sexo é pequeno. O teu enorme. Engole-me por completo, peço-te, e que não fique nada destas horas em que nos demos.
Vem e desfaz-me, querida. Não quero saber de nada. Morde-me a orelha como um furacão. Agarra-te com a tua boca por cima do coração. Encontra o ponto subtil em que que me fazes vir a ti. Faz-me esquecer de mim, que o meu sexo és tu que o tens em ti."

Pedro Paixão,in "Vida de Adulto"


quinta-feira, 1 de março de 2007


Creio nos anjos que andam pelo mundo,
Creio na Deusa com olhos de diamantes,
Creio em amores lunares com piano ao fundo,
Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes,
Creio num engenho que falta mais fecundo
De harmonizar as partes dissonantes,
Creio que tudo é eterno num segundo,
Creio num céu futuro que houve dantes,
Creio nos deuses de um astral mais puro,
Na flor humilde que se encosta ao muro,
Creio na carne que enfeitiça o além,
Creio no incrível, nas coisas assombrosas,
Na ocupação do mundo pelas rosas,
Creio que o Amor tem asas de ouro. Ámen.
in Sonetos Românticos





"Foi em Creta No Azul fêmea do Egeu
as naves embalavas oh sopro de Anaíta!
Tua pele esticada era o tambor da noite
cada homem era o dom de ouvir a tua cítara.
Comovidas pulseiras tangias nos teus braços
piedosas avelãs escorriam dos teus cílios
aravam tua terra mamíferos afagos
cada homem era príncipe no teu campo de lírios.
Teu levantar de saias oh resplendor de púbis!
o joelho agressivo das espadas flectia
e na face dos homens deixavas a penugem
das nuvens aniladas que nas ancas movias.
Eras mansa eras dança e génio de balança
que as estações pesava Fazias sol chovias
cada homem enchia com frutos o seu crânio
e na alma caíam as roupas que despias.
Eras mãe eras virgem eras cabra na cama
o vento que as mulheres menstruadas faziam
eras tanta eras santa e a catedral de açucar
que as pernas das amadas naturalmente abriam.
Foi em Creta que as têmporas da Europa
premeditou no húmus do seu ventre dançante.
Cada homem era a cauda torrencial do filho
bebida pela boca dourada do amante."
Natália Correia, in Mátria





Eu venho do sonho e fujo da vida.
Errei no caminho para a a paz prometida.
Só sei que me chama um canto do mar.
E a nau dos sonhos no céu a varar.
Ó meu capitão da barca perdida
A errar entre o sonho e o engano da vida!
Natália Correia, in Antologia Poética

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Um olhar de Luz...

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Um trago de Luz

Morrer lentamente

Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê, quem não ouve música,
quem destrói o seu amor próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o "preto no branco" e os "pontos nos is"
a um turbilhão de emoções indomáveis,
justamente as que resgatam brilho nos olhos,
sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou
da chuva incessante, desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhecee
e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior do que o simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!
Pablo Neruda

Caminhos

Paths A Vida leva-nos por caminhos muitas vezes desconhecidos, em que nunca temos a certeza do que vamos encontrar, deixando-nos sempre na incerteza do futuro e das suas infinitas posssibilidades...
Este Caminho que percorremos é de alguma forma uma tomada de consciência do nosso Ser... das nossas ambiguidades e incoerências, em que o vazio e a totalidade se confundem e misturam com uma sede voraz uma da outra...fazendo-nos perder no desespero de não saber quem somos e de onde pertencemos. E nos obriga a olhar o mundo sempre de diferentes perspectivas.
A vida é uma teia de relações confusas e dificeis de trilhar como se de uma passagem interminável se tratasse... Onde a Luz aparece como sendo o sopro da Consciência e nos abre a porta para o Conhecimento...

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Enfim um espaço meu...

Finalmente um lugar onde a Liberdade é possivel!
Um lugar onde a loucura é aceite como sendo algo de natural, as regras somos nós que a criamos...onde o Nada pode simplesmente existir...e o Tudo pode simplesmente explodir.
Um lugar de surrealismo...onde a realidade impera acima de tudo!
A realidade profunda do ser humano!
O Ser...
O Existir...
O Viver...
O Sonhar...
A Libertação do Nosso Eu Superior!